Construção - Cristina Branco
Amou daquela vez como se fosse a ú ltima
Beijou sua mulher como se fosse a ú ltima
E cada filho seu como se fosse o ú nico
E atravessou a rua com seu passo tí mido
Subiu a construçã o como se fosse má quina
Ergueu no patamar quatro paredes só lidas
Tijolo com tijolo num desenho má gico
Seus olhos embotados de cimento e lá grima
Sentou pra descansar como se fosse sá bado
Comeu feijã o com arroz como se fosse um prí ncipe
Bebeu e soluç ou como se fosse um ná ufrago
Danç ou e gargalhou como se ouvisse mú sica
E tropeç ou no cé u como se fosse um bê bado
E flutuou no ar como se fosse um pá ssaro
E se acabou no chã o feito um pacote flá cido
Agonizou no meio do passeio pú blico
Morreu na contra mã o atrapalhando o trá fego
Amou daquela vez como se fosse o ú ltimo
Beijou sua mulher como se fosse a ú nica
E cada filho seu como se fosse o pró digo
E atravessou a rua com seu passo bê bado
Subiu a construçã o como se fosse só lido
Ergueu no patamar quatro paredes má gicas
Tijolo com tijolo num desenho ló gico
Seus olhos embotados de cimento e trá fego
Sentou pra descansar como se fosse um prí ncipe
Comeu feijã o com arroz como se fosse o má ximo
Bebeu e soluç ou como se fosse má quina
Danç ou e gargalhou como se fosse o pró ximo
E tropeç ou no cé u como se ouvisse mú sica
E flutuou no ar como se fosse sá bado
E se acabou no chã o feito um pacote tí mido
Agonizou no meio do passeio ná ufrago
Morreu na contra mã o atrapalhando o pú blico
Amou daquela vez como se fosse má quina
Beijou sua mulher como se fosse ló gico
Ergueu no patamar quatro paredes flá cidas
Sentou pra descansar como se fosse um pá ssaro
E flutuou no ar como se fosse um prí ncipe
E se acabou no chã o feito um pacote bê bado
Morreu na contra mã o atrapalhando o sá bado